Psoríase

A psoríase é uma doença autoimune crónica. Desenvolve-se quando o sistema imunitário do indivíduo sinaliza as células da pele para crescerem demasiado rápido. Como resultado, formam-se novas células de pele num espaço de dias, em vez de semanas, como acontece em situações fisiológicas. Uma vez que o organismo não consegue remover naturalmente este excesso de células mortas,estas vão acumulando-se, formando placas avermelhadas grossas e secas.
Os aglomerados celulares característicos da psoríase podem aparecer em qualquer zona do corpo, apesar de surgirem habitualmente nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Alguns doentes relatam sensação de comichão e ardor nas placas psoriáticas.
A psoríase pode surgir em qualquer idade e em qualquer género. Na maior parte das pessoas, a doença manifesta-se entre os 15 e os 35 anos. A faixa etária entre os 50 e os 60 anos é outro período no qual é comum o desenvolvimento da doença. A psoríase pode surgir em qualquer grupo racial. Contudo, indivíduos de raça caucasiana desenvolvem a doença mais frequentemente do que indivíduos de outras raças.
As pessoas que têm psoríase habitualmente têm um ou mais membros da família com a doença. Contudo, apesar da psoríase ser uma doença com caráter hereditário, nem todas as pessoas com familiares doentes desenvolvem a doença.
A psoríase pode também estar associada com outras situações patológicas como diabetes, depressão e doenças cardiovasculares.
Ao contrário do que a manifestação clínica da doença sugere, a psoríase não é uma doença contagiosa. As placas psoriáticas não são infecciosas, pelo que não é possível “apanhar psoríase” através do contacto com alguém doente.
Apesar de ainda não serem completamente conhecidos os mecanismo que despoletam a psoríase, é sabido que o sistema imunitário e o conjunto de genes herdados por um indivíduo são fatores determinantes para o desenvolvimento da doença.
Para além da influência destes fatores, a manifestação da psoríase surge após a exposição a um estímulo externo desencadeador da doença. Alguns destes estímulos podem ser:
– a exposição a fatores de stress
– a medicação com antimaláricos, lítio, propanolol ou indometacina
– a exposição a clima frio e seco
– um processo infeccioso (principalmente por bactérias do género Streptococcus)
– lesões na pele, tais como cortes, arranhões ou queimaduras solares graves
Atualmente, não é conhecida nenhuma análise bioquímica ou teste complementar que permita o diagnóstico da psoríase, pelo que este requer uma avaliação clínica do doente.
O diagnóstico clínico da psoríase requer:
– a avaliação da pele, das unhas e do couro cabeludo do doente para pesquisar por sinais característicos da psoríase
– a avaliação da história familiar da doença (se existem familiares com psoríase ou não)
– a avaliação da história clínica do doente (episódios de doença recentes, exposição a fatores de stress, medicação anterior)
O diagnóstico da psoríase pode também envolver a remoção de uma porção de pele afetada (biopsia) para avaliação microscópica, na qual o médico poderá confirmar a presença de psoríase.
A psoríase é uma doença crónica para a qual não existe cura. Isto significa que a maioria das pessoas que desenvolve psoríase irá viver com a doença durante toda a vida.
No entanto, o tratamento da psoríase tem benefícios. O tratamento da psoríase reduz os sinais e sintomas da doença, o que conduz a uma melhoria da condição global de saúde e da qualidade de vida do doente.
Graças ao investimento da comunidade científica nesta área, existem diversos tratamentos efetivos contra a psoríase. É, por isso, fundamental encontrar o tratamento que mais se adequa a cada pessoa e ao seu estilo de vida, uma vez que cada tratamento tem os seus benefícios e possíveis efeitos secundários.
A terapêutica da psoríase baseia-se essencialmente em três abordagens:
– terapêutica medicamentosa tópica e/ou sistémica
– fototerapia
– terapêuticas alternativas
O tratamento da psoríase é determinado pelo tipo de psoríase, pelo grau de severidade (ligeiro, moderado ou intenso) e pela área da pele afetada. Frequentemente, recorre-se a uma combinação dos diferentes tipos de tratamento.

 

Adaptado de
American Academy of Dermatology
National Health Service United Kingdom
National Psoriasis Foundation